O USO DE CHIPS QUE PROMETEM AUMENTAR A POTÊNCIA DO MOTOR PODE DANIFICÁ-LO?

Sim! O especialista Ricardo Takahira, da SAE, explica que esses clips alteram o comportamento padrão do propulsor, mais especificamente a calibração da injeção eletrônica, programada pela fabricante para respeitar não só os limites de potência, mas também de consumo de combustível e emissão de gases. “Esses chips mudam os parâmetros de trabalho do motor, o que, inclusive, pode provocar a redução da vida útil do componente”. Ao reprogramar o módulo da injeção eletrônica, você pode, por exemplo, mudar avanço de válvula e o ponto de ignição, submetendo o motor a condições diferentes daquelas previstas pela montadora. No caso de carros importados, como o de marcas como a BMW, o remapeamento do circuito é bem complicado, pois os fornecedores dos componentes eletrônicos não atuam no Brasil.
Já em automóveis com bloco 1.0, o uso do chip é ainda mais arriscado, afirma o especialista. Isso porque já eles costumam trabalhar no limite da curva de torque para garantir o equilíbrio entre desempenho e consumo. Por falar nisso, Takahira também chama atenção para outra questão. Hoje, ao alterar os valores de consumo do carro, o dono do veículo pode invalidar os números certificados pelo Programa de Etiquetagem Veicular Brasileiro, que respeitam uma meta de eficiência energética determinada pelo governo federal. Além disso, toda mudança realizada em algum item da homologação do carr deve ser comunicado e vistoriado pelo Detran, responsável pela atualização do documento.